Livros e histórias
Não aprendi a
gostar de ler na escola. Comecei a paquerar os livros que ficavam no quarto de
meus pais; toda vez que ia dar o beijo de boa noite, lá estava minha mãe com um
livro nas mãos. Quando terminava um romance, ela me chamava e fazia comentários
que me deixavam encantada. Então escolhi um dos livros da pilha que ficava ao
lado da cama, “Olhai os lírios do campo” e a sedução estava completa. Depois li
Senhora, Ubirajara , O tronco do ipê, O moço Loiro e nesse ritmo de histórias
amorosas fui me envolvendo cada vez mais com os livros. Há um detalhe
importante: a pilha de livros da minha mãe continha algumas
surpresas!Peguei o título O perfume – História de um assassino e quando terminei a leitura, fiquei o mês todo com o final na cabeça, totalmente
impressionada. O impacto dessa leitura me fez entender melhor o poder que os
livros têm. Não consegui mais parar de ler, desde então.
O meu pai não é amigo de livros, mas sempre
foi um ótimo contador de histórias de terror e como eu adorava, resolvi
escrever as histórias dele em um caderninho. Minhas amigas tinham diário e eu,
um caderno de histórias de terror. No intervalo da escola, juntava a galera e
lá estava eu imitando meu pai. Os colegas adoravam e viviam pedindo para contar
mais e mais.
Lembro de
umas férias de julho que descobri que meu tio tinha uma coleção grande de gibis
de terror e quando ele me entregou alguns para ler, foi um momento de alegria
que guardo até hoje. Eu li todos e depois escrevi as histórias preferidas no
caderninho assustador.Descobri que escrever sobre coisas que eu gostava era
prazeroso, então, além das histórias de meu pai, comecei escrever sobre os
filmes que assistia e sobre os livros que lia.
Hoje,continuo apaixonada pelos livros, tenho
um caderno com anotações de filmes e ainda conto histórias, só que para meus
alunos.
Cíntia
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